O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, concedeu entrevista à GloboNews nesta segunda-feira, 6 de março. Ziulkoski falou ao vivo ao programa Conexões e tratou sobre o Estudo da CNM acerca dos prejuízos causados pelos desastres naturais no Brasil entre janeiro de 2013 e dezembro de 2022. Pelo levantamento, os desastres causaram R$ 401,3 bilhões de prejuízos em todo o Brasil, por outro lado a União liberou o valor de R$ 4,9 bilhões para ações de gestão de riscos de desastres entre 2013 e 2023. Ou seja, apenas 1,2% dos prejuízos contabilizados ao longo de dez anos.
“A nossa entidade se preocupa muito com essa situação e há muitos anos estamos acompanhando de perto tudo que vem sendo feito e orientando os Municípios. Nosso papel com esse estudo é dar transparências para essa realidade. Queremos mostrar à sociedade essa realidade do que acontece com todos os Municípios do Brasil, independente da Região. Queremos dar transparência e mostrar a versão lá da ponta desses eventos da natureza que ocorrem e nos prejudicam muito. Esses números mostram de uma forma muito eloquente a gravidade da situação”,
Ziulkoski explicou que os dados do estudo foram coletados das Coordenadorias Estaduais e Municipais de Proteção e Defesa Civil, bem como do Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (S2ID/MIDR), que reportam os danos informados pelos Municípios.
“Nos temos que buscar uma solução. Não adianta só adotar uma sirene, não adianta só avisar, isso ajuda a diminuir as perdas, mas para onde vai a pessoa, por exemplo, porque ele sabe que vai ocorrer um temporal ou chuva gravíssima. Infelizmente, a União se apodera da coisa e não chama os Municípios para poder discutir uma política estruturante, que venha fazer o enfrentamento da situação, o conjunto todo. Então nós ficamos no dia-a-dia aqui trabalhando essas questões”, sugeriu o presidente da CNM.
Na entrevista, o presidente destacou a informação de que as chuvas no Brasil somaram 1.997 mortes. Apenas em 2022, os óbitos decorrentes das chuvas somaram 532 pessoas, o que representa mais de 26,6% do total de mortes em dez anos.
Entre 2013 e 2023, o Brasil foi acometido por diversos desastres que acabaram vitimizando 2.268 pessoas, sendo 1.997 em decorrência das chuvas. “Normalmente a gente assiste autoridades envolvidas sobrevoarem as áreas envolvidas e há uma promessa muito grande. Mas quando nós vamos ver na ponta esses são os números. E isso é muito preocupante, pois são 2.250 mortes que houveram nesses anos, sendo que 1997 mortos foram decorrência das enxurradas ou das chuvas”, avaliou Ziulkoski.
Confira aqui o levantamento completo e assista aqui a entrevista completa.
